As pessoas que possuem pouco conhecimento sobre determinado assunto são as que mais confiam em suas próprias conclusões a respeito dele – J. Kruger & D. Dunning.
I – O Relativismo Escondido
O escritor e astrofísico americano, Neil deGrasse Tyson, costuma dizer que um dos principais entraves para a popularização do conhecimento no mundo atual é o fato de que as pessoas, de modo geral, “sabem o suficiente sobre um assunto para pensarem que estão certas, mas não o suficiente para saberem quando estão erradas”.
Mesmo em plena era da informação, em que a transmissão de dados é cada vez mais veloz e abrangente, para a maioria das pessoas parece que saber um pouco já é mais que suficiente.
Enquanto pensava sobre a questão, recordei-me de uma tarde fria no apertado pátio do Colégio Pitágoras Timbiras em Belo Horizonte. A liberdade do recreio havia chegado e as controvérsias eram nosso divertimento. Naquele dia a discussão era sobre religião e os argumentos pouco a pouco se acumulavam quando, de repente, fomos importunados pelo “velho relativismo filosófico” implícito nas palavras do meu colega Adriano:
– “Gente, vamos acabar com a discussão! Vocês sabem que futebol, política e religião não se discutem!”
Irritado e confuso, perguntei:
– “Por que não?”
Com seu ar cordial, quase debochado, ele me respondeu:
– “Porque cada um tem a ‘própria opinião’!”
O pátio era o nosso parlatório, lugar onde a conversa aberta permitia o avanço das discussões e, a depender do assunto, suscitava euforia e fomentava aglomerações. Aquele era apenas mais um dia de discussões acaloradas.
Ocorre que, invariavelmente, em situações semelhantes, éramos advertidos por algum “sofista inconsciente” que, mesmo sem saber, replicava as ideias do filósofo grego Protágoras, um dos precursores do relativismo filosófico. Como nos mostra Platão em seu diálogo Teeteto, Protágoras foi um dos filósofos que primeiro defendeu a ideia de que não existe qualquer proposição filosófica ou ética que contenha valor universal e absoluto.
Foi impossível esconder meu desapontamento diante da vedação sugerida. Mas o alvo da minha insatisfação não era a legítima paz pretendida por alguns colegas. Quando os ânimos se exaltam, por qualquer motivo, é prudente contê-los. O incômodo decorria da súbita interrupção do encontro de ideias, sem o qual é improvável que se avance no conhecimento.
De tempos em tempos o mesmo cenário se repete, tanto em nossos círculos particulares quanto nos compartilhados. Quando os ânimos se avultam diante de uma controvérsia qualquer, entre os integrantes incomodados da plateia haverá sempre alguém pronto a soar o boxing bell do relativismo em defesa da harmonia perdida. Porém, à medida que esse artifício afasta a discussão, suprime também a possibilidade de investigação.
II – Interpretação Individual Indispensável
Investigar é examinar com cuidado, seguir pistas. Interpretar é determinar o sentido mais correto de um texto ou ideia; é decifrar códigos. E qual é o código que todos os dias utilizamos? A linguagem! Portanto, primeiro colho as pistas que encontro nas palavras, no texto, no contexto (investigação). Depois analiso-as para entender o que querem dizer (interpretação). Em geral, quanto mais detalhada a investigação, mais robusta será a interpretação.
Entretanto, sejam escritas ou faladas, nem todas as mensagens podem ser interpretadas da mesma maneira. Em certos casos a avaliação ágil é suficiente. Noutros, não! Há mensagens mais complexas que para serem adequadamente interpretadas exigem mais pistas, mais análise, mais tempo, mais humildade.
A interpretação adequada diminui as chances de nos apoiarmos em mimetismos que nos conduzam ao erro. E isso se aplica à filosofia, política, religião e até ao futebol, como dolorosamente nos mostrou o 7 a 1. Na interpretação presunçosa de Felipão, a seleção brasileira era capaz de enfrentar, de igual para igual, o esquadrão alemão. Fosse ele mais precavido, talvez o desastre não tivesse ocorrido.
Avareza Cognitiva
Na verdade, o trabalho de investigar fatos e interpretar ideias demanda não só tempo como também energia mental. Por isso é bem mais conveniente nos apoiarmos em opiniões pré-fabricadas por terceiros.
Nossa mesquinharia cognitiva, em parte decorrente do instinto cerebral de poupar energia sempre que possível, nos induz com frequência a escolher uma interpretação qualquer, preexistente, de algum influenciador de plantão. Nos assusta a possibilidade de recebermos o rótulo de desinformado.
Sem a adequada avaliação, escolhemos, confiantes, a opinião que melhor se ajusta às nossas preconcepções e traços psicológicos (pois parece fazer sentido).
Convém lembrar, entretanto, como demonstrou o psicólogo comportamental Daniel Kahneman em seu ótimo livro “Rápido e Devagar, Duas Formas de Pensar”, que nosso dúbio sistema cognitivo pode nos levar a conclusões e ações irracionais sem que sequer percebamos.
Portanto, é vital, para não ser fatal, investigar as evidências e fatos disponíveis a fim de que nossas conclusões, e ações delas decorrentes, repousem em terreno mais consistente. Não basta adotar qualquer opinião. Em certos casos, antes de acolher uma ideia, é fundamental saber se ela pode ser satisfatoriamente sustentada no parlatório da razão.
Relativismo Inconsequente
Mas para o relativismo filosófico as justificativas e evidências não são tão relevantes. Sob a premissa de que é impossível conhecer o universal e absoluto, todas as opiniões merecem, de antemão, igual peso de validade. Em outras palavras, são consideradas válidas por presunção, sem se submeterem a qualquer critério objetivo capaz de verdadeiramente validá-las.
A opinião individual, como autêntica manifestação do direito de expressão, merece todo respeito. Contudo, não é suficiente para validar qualquer argumento. A razão é simples: uma opinião, por si só, não é confiável. Convém lembrar que o sentido da palavra opinião aqui adotado é “a crença adotada como verdade pelo senso comum sem qualquer reflexão a respeito de sua validade, de seus pressupostos e dos meios pelos quais foi obtida”.
Portanto, a despeito do devido respeito, toda opinião que almeja validação deve se sujeitar ao crivo da razão. Só assim poderá se candidatar ao posto de conhecimento.
O que parece estar a margem do pensamento das pessoas é que uma opinião equivocada pode custar caro. A imensa maioria delas, cultas ou não, alheia a essa fundamental distinção entre conhecimento e opinião, acalenta uma certeza inamovível e perigosa de “estar com a razão”.
Como se não bastasse, tais pessoas ainda ostentam, em relação ao emissário da opinião dissonante, aquela nítida e imponente sensação de superioridade de quem se julga dono da verdade.
III – A Superioridade Ilusória
Você nunca desconfiou do fato de que na maioria das vezes a “razão” escolhe o seu lado e não o do outro? Jamais se perguntou por que somos tão precipitados ao atribuir validade às nossas próprias opiniões, mas tão indolentes ao avaliar as opiniões divergentes? Na realidade, em regra, acreditamos piamente que nossas conclusões decorrem de uma boa dose de reflexão e análise, o que muitas vezes não é verdade.
Então, perguntamos incomodados: Como é possível que aquele nosso amigo, parente ou vizinho, a quem atribuímos justa medida de inteligência, defenda ideias flagrantemente insustentáveis, mesmo diante de todas as evidências contrárias? É como se estivesse iludido.
A verdade é que, se não estivermos atentos, qualquer um de nós pode ser literalmente iludido pelas próprias ideias e pensamentos. Foi exatamente isso que demonstraram os pesquisadores e psicólogos sociais Justin Kruger e David Dunning da Universidade de Cornell nos Estados Unidos, em um estudo denominado “Desqualificado e Desavisado: Como as Dificuldades em Reconhecer a Própria Incompetência Levam a Autoavaliações Superestimadas”.
Após uma série de meta-análises (análise que integra dados de dois ou mais estudos sobre o mesmo tema), Kruger e Dunning concluíram que as pessoas que possuem pouco conhecimento sobre determinado assunto são as que mais confiam em suas próprias conclusões a respeito dele. A esse fenômeno os pesquisadores deram o nome de Efeito da Superioridade Ilusória (ou efeito Dunning-Kruger).
Mas o mais interessante foi a descoberta de que mesmo quando a pessoa iludida é confrontada com o argumento de um especialista no assunto, ela não admite o equívoco. De acordo com o estudo, se não houver um esforço voluntário e um treinamento apropriado, em outras palavras, dedicação, estudo e reflexão, a ilusão não será afastada.
IV – Por Fim
É imprescindível destacar que embora as pesquisas sobre esse fascinante tema tenham se intensificado nos últimos 20 anos, o fenômeno é observado há mais de 20 séculos. Em sua obra “Ética a Nicômaco”, Livro IV, Aristóteles (ano 300 a.C.), com seu espantoso discernimento, já advertia:
“Por outro lado, os homens pretensiosos são tolos que ignoram a si mesmos, a ponto de ostentarem os próprios defeitos. Aventuram-se em honrosos empreendimentos, dos quais não são dignos, e logo suas deficiências se manifestam.”
De fato, os pretensiosos vivem de acordo com suas próprias ideias e opiniões, tomando decisões sobre o que pensam conhecer, sem notar como podem ser graves as consequências de seu desconhecimento.
A nós só nos cabe realçarmos a modéstia como princípio e o treinamento como instrumento identificador de nossas deficiências cognitivas para, assim, amenizarmos os efeitos desta perigosa superioridade ilusória tão comum à nossa volta.
Ao adotarmos uma posição de humildade em relação às diversas esferas do conhecimento, poderemos investigar fatos de modo minimamente imparcial e autêntico, ao mesmo tempo em que interpretamos argumentos com paciência e inteligência, antes de lançarmos ao vento nossas meras opiniões irrefletidas.
Nas palavras de Baltazar Gracián:
“O primeiro sinal de ignorância é presumirmos que sabemos.”
Ju vou deixar algo de um copilado que fiz muita coisa que tenho visto sobre vida e trabalho. E estou aprendendo esta linha, pois o contraio tem me incomodado, vou deixar ai em baixo, para discussão.
Vida e trabalho – Resignificando
Árvore recebe stress da pressão da temperatura, e hídrica, isso gera frutos, tem uma entrega natural, este fruto depois morre e vem outra árvore. Ele não entregou só frutos para consumo, se não aquela geração de árvores acaba ali.
Quando ela entrega o trabalho ela entra em descanso, não em repouso.
Trabalho é esforço e deslocamento. A medida que gero força, vem o deslocamento, aí realizo o trabalho.
Um carro parado, motor estacionário, alta potência, queima combustível, faz muita fumaça, mas não tem conexão, é como um carro na lama. Acelerando, gerando força e stress deslocamento é zero.
Muitas pessoas estão atoladas em seu estilo de vida hibrido, funcionando em alta potência, sem nenhum trabalho realizado, estão com altas atividades, mas centradas nelas mesmas.
Como se eu pagasse uma caneta aqui nas minhas mãos, e desse uma volta ao mundo e volta-se ao mesmo lugar, o trabalho seria zero, percurso, força e stress, mas deslocamento zero. Se eu levasse a caneta da sala a cozinha, o deslocamento seria maior, e o trabalho seria realizado, com menos esforço e stress desnecessário.
Vamos além, se a caneta na mão direita fosse direcionada ao papel e escrevesse te amo, ela tinha deslocado, trabalhado e realizado trabalho, e não dar a volta ao mundo.
Muito desta verdade é que as pessoas querem garantir a vida do lugar que elas estão, e não transferem vida nem virtude para ninguém. As pessoas vivem em um processo de automanutenção, são estacionárias.
Se eu ficar sentado e dizer algo para você realmente importante, eu entrego virtude em relação ao outro, mesmo sentado eu fui em sua direção. Tem pessoas que vivem correndo e não entregam nada, deslocamento e trabalho zero, em relação ao outro.
As pessoas entram em estágio de ansiedade, porque estão gerando esforço, mas não tem deslocamento, o esforço é em si mesmas. Muita força e nenhum deslocamento.
Todo esforço está voltado para elas mesmas, muita atividade, e nenhuma dinâmica.
Porque o Brasil é o campeão mundial de ansiedade, EUA de Depressão e Japão em burnout?
Como a sociedade encara isso? Infelizmente transformamos isso em uma cultura. Nos avaliamos e validamos as pessoas pela lógica da entrega, da funcionalidade, da performance.
Alógica opera assim:
A mula é um animal híbrido, oriundo do cruzamento de um cavalo com uma jumenta ou égua com um jumento. Como esses animais pertencem a espécies diferentes, mas são do mesmo gênero, e por via de regra, animais que não são da mesma espécie não geram prole férteis, as mulas são estéreis.
Então temos um ser hibrido, com alta performance com custo baixo, entrega quantidade, treinados, mas estéreis. Não replica outro ser, não geram outra vida. São como a semente de milho hibrido, reúne o que tem de melhor e performance, abastece na quantidade, mas se você planta-lo, não gera vida, é estéreo. Ele não produz qualidade, só os defeitos, você não consegue qualidade a partir de uma semente hibrida. A única coisa que ela produz é quantidade.
Para continuar a ter o mesmo desempenho, você precisa comprar mais semente, assim geramos um processo comercial, não reprodutivo, não há redenção, porque você sempre estará dependendo do fornecedor. Existe uma política de formar pessoas de alto desempenho que não seja auto reprodutivo e assim elas realimentam a dependência do consumo.
O jovem hoje não tem muita criatividade, mas alto desempenho produtivo, porque a sua criatividade está comprometida em cima de uma definição pré-estabelecida.
Geração Mula sem Cabeça: Força, performance, despenho, quantidade, mas não pensa.
Nossas organizações são centros de qualificação de mão de obra, centro de treinamento, hibridas, porque reúne todas as qualidades, mas não sabem se transmitir, não sabe relacionar, ela consegue treinar outro igual ela, mas não comunica valores nem virtudes, até porque não foi ensinado nenhum. Alto de Desempenho porque entrega aquilo que foi pré-estabelecido, quantidade, mas não gera vida.
Aprendemos a calcular escala de quantidade, mas não de valores.
Produzimos muita força, mas pouco trabalho, e isso fica cansativo vai esgotando, a vida fica pesada, funcional, e precisamos produzir mais, porque vai chegar a velhice e nosso desempenho vai cair, e a pessoa fica precificada abaixa no mercado, pois seu valor é de produção.
Chagamos ao desgaste emocional, crise existencial, depressão. Somos uma população adoecida, porque não sabemos como a vida funciona, não sabemos como funcionamos, e temos medo de mudar a visão de lógica de mercado e sobrevivência, e aceitamos a formação de vida hibrida.
Cristo
Cristo nos convida a mudar a lógica operativa da vida, o Reino nunca foi quantidade, mas gerar vida. A natureza trabalha, mas respeita tempos épocas e estações. A bíblia inteira fala de épocas, estação própria, existem tempo de chorar, rir, dar frutos, não dar frutos. Jesus mesmo sabendo que Lázaro iria ressuscitar, chorou, porque naquele momento ele estava morto. Saúde mental é chorar quando tem que chorar e sorrir no momento que tem que sorrir.
Em relação ao trabalho, temos que aprender a doar, ofertas espontâneas, temos que regatar o conceito de trabalho, trabalho é entregar, transferir virtude e não auferir benefícios.
Nossas relações viram na base da troca, e como mudamos? Olhar o outro como um possível recebedor daquilo que tenho para materializar, entrando em um estado de prosperidade e não de enriquecimento. Como engenheiro da obra, eu não estou explorando o pedreiro, mas como engenheiro eu estou inspirando o pedreiro, assim, gerando pessoas melhores.
Xande, meu amigo! Aceite minhas desculpas pela demora em respondê-lo! Mas como seu texto é um “compilado” de pensamentos e reflexões, minha resposta de hoje é apenas o primeiro capítulo da nossa conversa!
Nós, como tantas outras pessoas, conhecemos bem as palavras do rei Salomão: “Há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Contudo, trazer este princípio eterno para nossa realidade diária não é tão simples.
A maioria das pessoas vive nas cidades. Quase ninguém mais planta, aguarda com paciência as estações, e só então colhe o que plantou. O ritmo da “cidade” é outro. Assim, nossa percepção dessa cadência inerente à vida muitas vezes passa desapercebida. Como você disse, vivemos em um “processo de automanutenção” para que possamos acompanhar o ritmo “urbano”.
E para questionar esse ritmo sem perder o “trem da civilização”, é necessário ter coragem, tempo, conhecimento, suporte etc. Veja que as conclusões de Salomão decorrem de sua vasta experiência, vasto conhecimento e um interesse genuíno em ir além da vaidade. “Tudo é vaidade”! Afirmava o rei!
Você sabe que o estresse, a depressão e a ansiedade fizeram parte das minhas experiências por um bom tempo. Superá-los não foi simples, mas muita coisa aprendi neste processo. Foi necessário tempo, conhecimento em diferentes áreas (vindo de vários profissionais capacitados) e muita reflexão. Por isso, entendo e compartilho suas preocupações.
Mas, pela graça de Deus, hoje posso compartilhar com tantas pessoas com as quais me importo, parte do que vivi e aprendi. O site Parlatorium Online nasceu, quase naturalmente, como consequência das minhas experiências, leituras, e da vontade de dividir com as pessoas todo esse aprendizado.
Sobre criatividade, você já leu o livro “O Ócio Criativo”? Se não leu, vale a pena ler. Ele faz uma relação muito interessante entre ócio, criatividade e trabalho. É um ótimo tema para conversas futuras.
Para terminar esse capítulo, preciso registrar que não pude deixar de rir quando li sua criativa definição dessa geração: “Geração Mula sem Cabeça: Força, performance, despenho, quantidade, mas não pensa.” Rsrsrs!
Um grande e forte abraço!
Fala Júcio !
Sensacional o texto !
No mérito preciso fazer uma nova visita pessoal pra alongarmos essa maravilhosa discussão !
Mas gostaria de compartilhar uma passagem que vivi na vetusta casa da Afonso Pena: “graduando novato, numa aula de Filosofia do Direito”, pedi a palavra pra emitir (ou melhor, “jogar”) minha “opinião” acerca de um tema bastante denso!
A Professora, com sabedoria e paciência de uma docente alinhada ao entusiasmo dos neófitos, me perguntou: “meu filho, qual a sua orientação bibliográfica para emitir sua opinião?!”
Respondi não saber…
Ela termina: “façamos o seguinte, leia cinco livros acerca do tema, daí retomamos a discussão!!!”
Maravilhoso !
Um grande abraço ao amigo !
Dr. Cairo, muito obrigado pelo comentário! Fico sinceramente feliz que tenha gostado do texto! Afinal, você é uma das pessoas com as quais as conversas trazem sempre os traços que o Parlatorium Online promove: conversas ponderadas, agradáveis e de apurado teor. Suas pertinentes considerações são mais que bem-vindas! Um grande abraço!
Ei Jú, to na área, para retomarmos nossas conversas.
Ju, meu querido, estou realmente encantada com o seu jeito de expor o seu pensamento. Acho que estou mesmo é muito orgulhosa por tudo. Parabéns e que Deus continue abençoando a sua vida, em nome de Jesus.
Acho que lendo aqui , cheguei a conclusão que eu tenho que mudar um pouco. Estou muito acomodada na minha vidinha se aposentada.
Oi Dina querida! Tudo bem? Que bom que você gostou! Muito obrigado! E se, além de ter gostado do texto, você também refletiu sobre as ideias ali colocadas, fico ainda mais contente pois o propósito do blog está sendo alcançado. Um beijo bem grande!
Bom dia Jú, saudades rapaz…
Muito bom o artigo, gostei. Muitas vezes eu também, quis ir a um debate, mas tive que parar, porque o outro deixou a opinião entrar em campo que não era para entrar, ele percebia a colocação como uma desconstrução da identidade dele, então ele a defendeu como a própria vida. Eu disse eu tenho uma opinião a respeito desde assunto, e hoje acredito que eu esteja certo, mas amanhã e outro dia, pode ser que eu esteja enganado, mas hoje me seguro nisso.
E tive que parar, pois os personagens da narrativa dele, faziam parte de um conjunto de valores para ele, que se tornou mitos e dogmas. Então vi que iria perder o amigo e deixei a razão de lado um pouco pelo afeto.
Mas com outros tem dado certo, e acho que o debate me fez crescer muito este anos, pois me deu a oportunidade de colocar a prova minhas hipóteses. E se com o tempo elas sobrevivessem, eu as considerava boas..rs
Muito bom Jú.
Meu amigo Xande! Como você está? E a família?
Valeu muito o comentário! Que bom ter você de volta ao “debate”. Poderemos conversar bastante (mesmo que só de vez em quando).
Você mencionou ter que interromper o debate com um amigo por que ele “deixou a opinião entrar em campo” e porque ele “percebia a colocação como uma desconstrução da identidade dele, então ele a defendeu como a própria vida”. Correto? Desse modo, por se tratar de algo tão importante para ele, você não acha que o debate deveria prosseguir? Sei que nessas conversas, por terem um forte traço emocional, o cuidado e a habilidade devem estar presentes. E isso exige de nós não só conhecimento teórico mas, também, paciência e amor. Devemos estar atentos pois por traz de cada opinião há um “coração”, muitas vezes ávido pela verdade. Com mais cuidado e lucidez dos participantes o debate pode, e deve, continuar sempre que oportuno.
Um grande abraço!
Ju , que bom poder te curtir um pouco por aqui primo. Relembrar o Pitagoras da Timbiras me colocou num túnel do tempo agora. Sobre o assunto que postou e colocou varios pontos muito pertinentes vou direto ao ponto, eu não não sou Uma pessoa easygoing, gosto de expor o que penso e ouvir pessoas inteligentes que possuem propriedade para conversar de determinados assuntos. Penso que consigo respeitar as opinioes diversas quando se é possivel opinar ao invés de existir Uma verdade absoluta sobre determinado assunto mas confeso que me aborreço com linhas de comportamentos que querem não apenas se posicionar diante de um bate papo e passam a querer me convencer que o que ela pensa é Uma verdade absoluta.
Oi Nanda! É muito bom ler os comentários de vocês! A ideia do blog é justamente incentivar esse tipo de conversa. Conversas que, principalmente nos tempos atuais, são cada vez mais raras. Conversas, como você bem disse, onde possamos expor o que pensamos e, ao mesmo tempo, ouvir posicionamentos diferentes com a merecida atenção. É essa a essência da dialética socrática, ainda muito comum nas melhores Universidades dos Estados Unidos e que pode ser aplicada em várias esferas distintas.
Acredito que o problema não seja propriamente a veemência no posicionamento adotado por um e outro. Podemos ter posições firmes e, ainda assim, respeitar as posições que divergem das nossas. Infelizmente, quando não há esta sintonia, este respeito mútuo, o aborrecimento diante do olhar arrogante é quase inevitável. Mas pode deixar que, aqui, você terá liberdade plena para dar suas opiniões sempre que quiser. Um beijo grande!
Sabias palavras! Gosto demais de artigos assim, que me fazem refletir e avaliar meu comportamento e modo de pensar.
Oi Michelle! Que bom que você gostou do artigo! E se ele te fez pensar, já atingiu um dos seus principais objetivos. Muito obrigado!
Parabéns Juliano, muito boa suas colocações.Devemos melhorar sempre.
Oi Rogério! Muito obrigado pelo seu comentário!
Quando me lembro das conversas que já tivemos no passado, encontro justamente o tipo de conversa que me inspirou a criar o Parlatorium Online: a conversa informal, ponderada, agradável e sem assunto específico.
Espero que o blog nos proporcione outras conversas assim!
Um abraço forte a você e a toda família!
Juliano, meu nobre. Saudades de quando podíamos ter longas conversas aqui em BH envolvendo temas diversos e tão interessantes quanto os abordados neste texto. Duas reflexões me marcaram ao ler suas palavras. A primeira, e que sempre me causou incômodo, é a dificuldade que talvez nós, brasileiros, temos em aceitar o contraditório. De alguma forma nossa cultura do “sim”, evitando o confronto a qualquer custo, leva-nos a uma camaradagem exacerbada, a uma fuga constante do conflito, dando por encerradas discussões em nome da “política da boa vizinhança”, as quais, pelo conflito sadio, poderiam levar o embate a um nível de conhecimento amplo, mas perdemos essas chances diariamente. É como se o “não” fosse uma ofensa, uma agressão. Nesse sentido, a opinião contrária não raro toma o sentido do “não”, também pejorativamente tida como grosseira. Gostaria de estudar mais este tema e entender melhor as raízes deste comportamento. Por exemplo, ao entrar numa loja, e perguntar pelo produto, não havendo este disponível, o vendedor prontamente diz “ficarei te devendo…”. Mas ele não nos deve nada. Ou se alguém nos convida a fazer algo e apenas não queremos fazer aquilo, temos que ter uma boa justificativa, pois somente um “não” é motivo pra acabar a amizade. N’outras situações, temos a saída do tabu de que isso ou aquilo não se discute, como muito bem exemplificado na sua experiência. Dá uma sensação de dívida constante uns para com os outros, e assim seguimos exatamente com este hábito de encurtar o embate, de fugir do conflito. A discussão cada vez mais parece ocorrer nos rótulos, não no conteúdo. A segunda, e essa sim tem me trazido um incômodo maior ainda, é a ditadura do relativismo e do politicamente correto. A impressão que tenho é de que somos veladamente obrigados a aceitar que não há verdade, e que sua busca é em vão, afinal, o que parece importar é o “eu acho” e “a opinião de cada um”, e qualquer ação contrária a isso é duramente punida. Nessa seara, vejo menos espaço pra exercitar a humildade de assumir que quanto mais estudamos, mais consciência temos de que sabemos muito pouco senão nada. Perdemos fontes incríveis de saber que seriam jorradas no seio do contraditório. E em tempos de polarização extrema, espero ansioso por outros textos como este, no mínimo traz uma sensação libertadora poder discutí-los.
Caro amigo, muito obrigado pelo brilhante comentário! Para mim, ressoou como uma autêntica conversa, como tantas outras que já tivemos. Conversas com conteúdo, experiência e reflexão. Isto revela como este pequeno espaço pode proporcionar a almejada “conversa informal, ponderada, agradável e sem assunto específico”, trazendo considerações instrutivas e relevantes a todos nós. Um forte abraço!