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Qual é a origem do peixe como símbolo cristão?
Artigo publicado na revista Christianity Today – Tradução: Parlatorium Online
ELESHA COFFMAN
A palavra grega para peixe é “ichthys”. Já no primeiro século, os cristãos fizeram um acrônimo com essa palavra: Iesous Christos Theou Yios Soter, isto é, Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. O peixe também tem muitas outras conotações teológicas, pois Cristo alimentou os 5.000 com 2 peixes e 5 pães (refeição frequente em ajuntamentos cristãos) e chamou seus discípulos de “pescadores de homens”.
O batismo nas águas, praticado por imersão na igreja primitiva, criou um paralelo entre peixes e convertidos. O teólogo do século II Tertuliano colocou desta forma: “nós, peixinhos, à imagem de nosso Ichthys, Jesus Cristo, nascemos na água.”
Gregos, romanos e muitos outros pagãos usavam o símbolo do peixe antes dos cristãos. Consequentemente, o peixe, ao contrário, digamos, da cruz, gerava pouca suspeita, tornando-se um símbolo secreto perfeito para crentes perseguidos. Quando ameaçados pelos romanos nos primeiros séculos depois de Cristo, os cristãos usavam o desenho de um peixe em locais de encontro e tumbas, ou para distinguir amigos de inimigos.
De acordo com a história antiga, quando um cristão encontrava um estranho na estrada, o cristão, às vezes, desenhava um arco do contorno simples de um peixe no chão. Se o estranho desenhasse o outro arco, os dois crentes sabiam que estavam em boa companhia. O uso atual dos peixes em adesivos e cartões de visita remete a essa prática.
Os críticos do símbolo do peixe o consideram um símbolo cafona ou apontam que o peixe ainda carrega sobre si uma bagagem do tempo em que os pagãos o usavam para representar a fertilidade ou, mais especificamente, os órgãos reprodutores femininos.
Embora eu concorde que os símbolos ichthys em anúncios de lista telefônica parecem comercializar a fé, não acho o argumento pagão convincente. Nenhum símbolo significa a mesma coisa para todas as pessoas em todos os momentos. O fato de os primeiros cristãos terem conseguido transformar um símbolo já poderoso prova sua criatividade interpretativa, não sua ignorância ou tendência ao sincretismo.
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“O primeiro a apresentar sua causa parece ter razão, até que outro venha a frente e o questione”.
Livro dos Provérbios, trecho 17 da parte 18; NVI – Nova Versão Internacional.
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